Foram colhidas amostras de 36 internos da Penitenciária Estadual de Caicó.
Internado no dia 30 de maio com infecção, detento morreu no último sábado.
Penitenciária Estadual de Caicó, o 'Pereirão' (Foto: Sidney Silva) |
As amostras da papiloscopia - exame do escarro - foram colhidas na última terça-feira (9) e estão sendo analisadas desde quinta-feira (11) no Laboratório de Saúde Pública do RN, em Natal. "O único caso suspeito até o momento é de um homem que se recusou a fazer inicialmente a papiloscopia mas realizou o exame de raio-x. O médico analisou e afirmou que seria necessário colher a amostra. Aguardamos o resultado desse exame e todos outros para a próxima semana", afirma a coordenadora do Programa de Combate à Tuberculose de Caicó, Renata Santos.
O diretor do Pereirão, Alex Alexandre, informou que está tomando as medidas para detectar a gravidade do problema. "Enviei ofícios para as secretárias estaduais de Justiça e Cidadania (Sejuc) e Saúde Pública (Sesap), além da Secretaria Municipal de Saúde, tanto informando sobre o caso quanto pedindo orientações. Até agora recebi alguns medicamentos caso seja necessário algum tratamento para presos infectados", explica Alexandre.
Apesar da equipe médica ter colhido 36 amostras de presos, o diretor do Pereirão conta que os demais detentos se recusaram a fazer os exames. "Atualmente temos 60 presos no pavilhão onde estava o preso que morreu de tuberculose. Se houve recusa, não podemos forçá-los a fazer", conclui.
Nariane dos Santos Silva, de 31 anos, estava com
tuberculose, segundo a direção do presídio
(Foto: Divulgação/Penitenciária de Caicó)
Morte de preso
O detento Nariane dos Santos Silva, de 31 anos, foi internado no Hospital Regional de Caicó no dia 30 de maio com "um quadro clínico avançado de tuberculose pulmonar com pneumonia", conforme atesta o laudo médico entregue ao diretor do Pereirão. "Percebemos o preso em péssimo estado quando fizemos uma vistoria", conta. O óbito de Nariane dos Santos foi confirmado pelo hospital por volta das 4h do último sábado.
De acordo com Alexandre, a doença só foi percebida no dia 30 porque a unidade ainda sofre com a destruição deixada após a onda de rebeliões que atingiu o sistema penitenciário potiguar em março deste ano, quando pelo menos 14 das 33 unidades prisionais do estado foram danificadas. "A ala em que o preso estava ainda não foi reformada e está sem grades, com os presos soltos, de forma que não vimos a situação do detento nem os colegas de cela falaram nada. Não sabíamos do problema dele", acrescenta.
O preso respondia a processos por roubos e homicídios, segundo a direção da unidade. "Os assassinatos foram cometidos dentro de presídios. Um deles aqui em Caicó. Era um preso perigoso", ressalta o diretor do Pereirão.
A Penitenciária de Caicó está superlotada. Com capacidade para 347 detentos, a unidade tem atualmente 550 homens encarcerados em cinco pavilhões.
Felipe Gibson Do G1 RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu Comentário será exibido em Breve