Exibida há um mês, "Velho Chico" vem conquistando elogio de crítica e público pela história clássica, ritmo rápido da narrativa, boas atuações e produção caprichada. Não só pelos acertos, entretanto, a novela está despertando atenção.
Situações inverossímeis, falhas de continuidade e absurdos para um folhetim datado, que se inicia em 1968 e chega aos dias atuais em sua segunda fase, já foram percebidos no pouco tempo que a trama está no ar.
A seguir, o UOL lista erros, exageros e casos surreais que exemplificam como a pretensa liberdade poética de "Velho Chico", uma fábula com toques de realismo, ultrapassou em muito o limite do bom senso.
Reprodução/TV Globo |
"Velho Chico" dá a impressão de estar estar perdida no tempo. Com seus turbantes e vestimentas de época, empregadas da novela estariam perfeitamente caracterizadas se estivessem em "Escrava Isaura". No entanto, o processo de abolição da escravatura já havia começado 80 anos antes com a Lei Áurea. A moda da trama parece ter ficado presa ao passado, ignorando novos hábitos e
costumes
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Novela fora da realidade
Ambientada no fim da década de 1960, a novela ignorou em seu início a popularidade de uma tecnologia que já havia chegado no Brasil há pelo menos 18 anos: a televisão. A TV Tupi já fazia história, com novelas como "Beto Rockfeller", a Record comemorava o sucesso da "Família Trapo" e até mesmo a Globo já havia iniciado sua transmissão, mas a família rica do coronel Afrânio não tinha um aparelho de TV. A bem da verdade, a decoração da sala não condizia com o tempo em que se passava a primeira fase da novela - mais parecendo um antiquário, com velhos gramofones e um telefone de disco
Reprodução e Caiuá Franco/Globo/Divulgação |
Mesma pessoa?
O bom vivant, mulherengo e estudante de direito, que se viu obrigado a assumir os negócios da fazenda com a morte do pai, se transformou em um autoritário e debochado coronel. As mudanças de Afrânio foram além do cabelo (de encaracolado para liso) e do estilo de roupa, mas afetaram a própria personalidade do personagem. Como notou Flávio Ricco, do UOL, a impressão que dá é que o ator Antônio Fagundes não assistiu aos capítulos com Rodrigo Santoro - e se assistiu, não se importou nem um pouco em mudar radicalmente o jeito do personagem.
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Azul ou verde?
Um aparente erro de continuidade da novela fez os telespectadores ficarem confusos. Em uma sequências de cenas, Antônio Fagundes surge ora usando um paletó azul ora verde. A direção da trama não notou a gafe, mas o público percebeu e alertou o colunista Maurício Stycer, do UOL, sobre o casacão "bicocolor" do coronel
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Na primeira fase, Maria Tereza deveria estar na faixa dos 16 anos. Vinte e oito anos depois, a atriz Julia Dalavia sai da cena para entrar Camila Pitanga no lugar da personagem, que na trama já teria 44 anos. Muito inverossímil, levando-se em consideração que Pitanga está com 38 anos. Mais surreal ainda pensar que a personagem tem um filho de 28 anos, apenas 10 anos a menos do que a atriz na vida real. Curiosamente, Letícia Sabatella, que desistiu de participar da novela, tem os exatos 44 anos de Maria Tereza.
Conteúdo UOL
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