Horas após a aprovação na comissão especial do Senado do parecer que recomenda a admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, a presidente voltou a classificar as denúncias contra ela como “frágeis”. Em visita a uma estação de bombeamento do rio São Francisco em Cabrobó (PE), nesta sexta-feira (6), a petista afirmou que “não irá para debaixo do tapete”.
“Sempre quiseram que eu renunciasse. Sabe por quê? Você levanta o tapete e esconde a sujeira. Se eu renunciar, vou para debaixo do tapete. E eu não vou para debaixo do tapete. Eu vou ficar brigando, porque sou a prova da injustiça. Eles estão condenando neste impeachment uma pessoa inocente e não há nada mais grave do que condenar uma pessoa inocente”, declarou a presidente.
Mais uma vez, Dilma criticou as denúncias apresentadas contra ela, afirmando que o processo de impeachment é, na verdade, uma tentativa de eleição indireta para a Presidência, e que “tem imenso orgulho das escolhas” que fez no governo. “Tenho clareza que esse golpe tem um motivo. O Brasil, nesses 13 anos, mudou. As pessoas ganharam autoestima e dignidade”, disse.
Fazendo um balanço de algumas políticas do seu governo, a presidente falou que as cotas nas universidades permitiram que “a cor do Brasil” aparecesse nos centros de ensino, que milhões de jovens fizeram cursos técnicos e que o “lado certo da história é o lado do povo deste País”.
“Ninguém votou em mim pelos meus belos olhos, apesar de eles serem muito belos. Votaram em mim porque eu tinha compromissos. Porque eu tinha um programa e nele estava escrito: o Bolsa Família é muito importante, o Minha Casa, Minha Vida é um programa que garante dignidade e lar para as pessoas.”
Transposição do São Francisco
Às vésperas de se ver afastada da Presidência, Dilma afirmou na visita que ficará “muito triste” e que o seu coração “vai ficar partido” caso não consiga inaugurar a transposição do Rio São Francisco. Ela lembrou que seu governo e o de Luiz Inácio Lula da Silva “foram responsáveis pela mudança da vida de muitos brasileiros” e que a transposição foi feita com esforço de muitas pessoas.
“Se tiver uma coisa que eu vou ficar muito triste na minha vida é não ver aqui o dia que a dona Maria ou o seu João abrir a torneira e a água escorrer, e eu não estar aqui para comemorar com vocês. Quero dizer que meu coração vai ficar partido, porque é uma grande injustiça. Nós lutamos para fazer essa obra”, discursou.
“Nunca, no Brasil, tinham feito uma obra desse tamanho. Nós tivemos de aprender a fazer. Esta é uma obra que muita gente segurou no braço e, se ela hoje está neste ponto em que está, é porque todos nós tivemos imenso empenho, grande trabalho e dedicação imensa.”
Com o objetivo de beneficiar 12 milhões de pessoas, a transposição do Rio São Francisco tem 477 quilômetros de extensão e vai beneficiar 390 municípios dos Estados da Paraíba, de Pernambuco, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Atualmente, 86,3% das obras estão concluídas – e a previsão é que sejam finalizadas em dezembro deste ano.
IG
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