Huawei lança Mate 9 de olho na América Latina, mas deixa Brasil de fora


A Huawei lança nos Estados Unidos nesta sexta-feira (6) o Mate 9, smartphone com configurações capazes de rivalizar com o iPhone 7 e é a aposta da companhia chinesa em sua estratégia de expansão mundial, de olho América Latina. Só que o Brasil fica de fora.

A companhia já é a terceira em vendas de smartphones no mundo. Segundo a consultoria IDC, ela terminou 2016 com 9,3% do mercado mundial, ante 21% da líder Samsung e 12,5% da Apple, cada vez mais próxima concorrente no segundo lugar.

A chinesa investe pesado na América Latina, puxada pelo jogador argentino Lionel Messi como garoto-propaganda. Já vendeu mais de 10 milhões de aparelhos e tem mais de 1,5 mil lojas na região. Os hermanos também vão receber o Mate 9 em breve.



Richard Yu, presidente-executivo da Huawei, apresenta o Mate 9. (Foto: Divulgação/Huawei)

Apesar de ser o maior mercado latino-americano, o Brasil, por enquanto, fica de fora. Isso ocorre porque o país é mais “desafiador”, segundo Jerry Huang, diretor de marketing da Huawei na América Latina, durante entrevista na CES, maior feira de eletrônicos do mundo, que ocorre em em Las Vegas, nos Estados Unidos.

O pé atrás da Huawei não é um caso isolado no Brasil. Sony e Xiaomi mudaram de estratégia e deixaram de produzir alguns modelos no país em 2016, principalmente por questões tributárias.

Segundo Huang, não é por falta de vontade. “Nós estamos planejando a estratégia de entrar no mercado brasileiro, e isso vai acontecer em breve”, disse o executivo. No entanto, ele se recusou a dizer uma data e nem mesmo se o Mate 9 chegaria por aqui “neste ano ou no ano que vem”, diz.

A empresa está presente no Brasil há mais de 15 anos, mas em outra área. Atua em estrutura de telecomunicações e em hardwares. Até chegou a lançar alguns modelos de maneira tímida, mas os últimos smartphones passaram batido.

Além das questões que afastam Sony, Xiaomi e outras - basicamente a dificuldade de produção local e o alto preço de importação -, a Huawei enfrenta outro dilema. É que os telefones da empresa não correspondem ao estereótipo do “chinês baratinho”. O Mate 9, por exemplo, chega aos EUA por US$ 600.

“Depois de anos de investimento [nos outros países latinos], o público está aceitando que o nosso produto é de primeira linha”, diz Jerry. O problema, além de aceitar, seria o brasileiro ter dinheiro para pagar em tempos de crise. “Poderíamos entrar com o Mate Lite [modelo um pouco mais simples e barato]”, pondera. Mas, por enquanto, nem os modelos mais simples estão previstos. “O Brasil é um mercado desafiador”, repete o precavido executivo chinês.

G1

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